A Feira dos Produtores Rurais de Igarapava movimenta a economia local e ajuda os pequenos agricultores na comercialização dos itens produzidos em suas propriedades.

Queijos, ovos, legumes, verduras, doces, pimentas, carnes, peixes e tantos outros itens fresquinhos e com preços atrativos à disposição dos consumidores.

No último sábado (2), foi dia de conhecer alguns produtores que fazem a diferença para a Santa Casa.

Com jornadas exaustivas, trabalho duro e, em alguns casos, a única renda para o sustento familiar, estas pessoas dão lições de solidariedade. Isso porque, já há algum tempo, quase todos os produtos que não são vendidos na feira são doados para o hospital.

A arrecadadora da Santa Casa, Flávia Arantes, conta que muitos feirantes a procuram para fazer as doações. “Já tive caso de não pedir em algumas barracas e eles virem me chamar perguntando se eu não queria levar os produtos. A gente sabe da dificuldade de todos e é isso que torna estas ações aqui na feira cada dia mais gratificante”.

Para estes comerciantes, as doações têm efeito multiplicador e são carregadas de agradecimento pelo serviço que eles buscam e recebem da instituição, pelo ato generoso de manter o hospital ativo e funcionamento adequado ou, simplesmente, por contribuir com quem precisa.

As doações recebidas têm peso incalculável para a Santa Casa, não apenas por viabilizar uma alimentação de qualidade aos nossos pacientes, mas por revelar o poder transformador das mais singelas ações.

 

Antônio Teixeira tem 74 anos. Feirante deste 1994, ele é casado há 52 anos com a senhora Simone, com quem teve cinco filhos. Um deles, inclusive, o ajuda com o trabalho na feira. Para o Teixeira, como é conhecido, a doação tem o propósito de ajudar a quem precisa.

“Ali é um ambiente de quem precisa. A gente servindo a eles, está servindo a Deus”. 

 

Aos 60 anos, Ilda Bernadinho trabalha há onze anos como feirante. Ela é casada, tem oito filhos e produz tudo o que coloca à venda na feira. A doação é uma forma de agradecer e manter ativo o serviço que ela e a sua família precisam.

“A gente ajuda porque quando a gente mesmo “tá” lá, eles ajudam a gente. Quando a gente precisa eles atendem a gente também. É uma forma de agradecer também”.

 

A Márcia Alves é doadora assídua. Não apenas dos produtos que produz, mas do seu tempo, quando ajuda na divulgação e comercialização dos eventos promovidos pela Santa Casa. Ela também foi a doadora de um bezerro que foi leiloado para arrecadar verba para o hospital

Aos 50 anos e a invejável disposição para acordar às 3 da manhã para trabalhar, ela acredita que as doações contribuem para as constantes melhorias da instituição.

“Eu quero que a Santa Casa esteja sempre bem porque ela é essencial para a população. Quero que melhore cada vez mais, porque todos nós precisamos dela”. 

 

O casal, Michele e Carlos Albano também fazem frequentes doações para  a Santa Casa. Feirante há quase trinta anos, Carlos manifesta o desejo de continuar contribuindo.

“A vontade é crescer para, se possível, ajudar ainda muito mais. Todo mundo que é igarapavense precisa pensar mais neste hospital. O que a gente faz é de coração”. 

 

A banca da Lucélia Gonçalves é movimentada. Quase não deu tempo de descobrir que, nos seus quase 20 de feira, a motivação para doar é o fato de saber que, em algum momento, ela mesma possa precisar da instituição.

“Acho muito importante doar para a Santa Casa. Todo mundo precisa de lá. Você não sabe o dia que vai precisar”. 

 

Raimundo Costa de Pinho tem 38 anos, mora em Delta, mas vê a instituição como prioridade para a prática da caridade.

“Uma coisa que vem de dentro e pronto. A gente doa e já era. Quando a pesca está aberta, uma semana sim, uma semana não a gente doa para a Santa Casa”. 

 

 

José e Vilma Gonçalves têm 25 anos de feira. O casal acredita que é sempre bom doar, independente da quantidade, para a instituição referência na saúde em Igarapava.

“A gente gosta de doar um pouquinho porque a Santa Casa é o que socorre a gente quando nós precisamos. Seja lá qual for a quantidade todo mundo pode ajudar um pouco”. 

 

Milton Samuel dos Santos tem 78 anos, é casado e tem sete filhos. Ele lamenta não poder doar todos os sábados.

“Hoje por exemplo, já acabou tudo, mas quando dou o que sobra é de coração porque é hospital né, e hospital precisa”. 

 

 

A viúva, Alzira Alves Teixeira tem 33 anos de feira. Ela contribui com doações e ajuda na comercialização dos eventos da Santa Casa. A filha, Edivete Teixeira também contribui com a instituição. Com bom humor, Alzira também acredita que as doações de hoje são revertidas em um bom futuro.

“Quando a gente precisa, somos bem atendidos lá. Não tenho o que reclamar. Toda vez que precisei fui bem atendida. Domingo mesmo minha neta precisou. Meu neto também já precisou, foi bem atendido, precisou ser transferido e não tivemos problemas. É uma retribuição e acho que todo mundo podia ajudar”. 

 

Na banca da Joana Darc da Silva tem de tudo. Verduras, legumes, temperos, feijão tropeiro, galinhada caipira. Consciente das dificuldades enfrentadas por todas as pessoas, inclusive pela Santa Casa, a feirante acredita que dá para mudar muita coisa no país se cada um fizer a sua parte.

“Não tá fácil para ninguém. Eu ajudo porque sei que se todo mundo tivesse a mesma atitude, por menor que seja, dá pra mudar muita coisa no país. Ninguém trabalha sozinho. Basta querer que a gente consegue”.

 

Amanda Cristina Rodrigues acorda às 4h30 nos dias de feira. Ela e o marido precisam trabalhar duro para cuidarem dos oito filhos, mas o que sobra, não resta dúvidas quanto ao destino: a Santa Casa.

Ao lado dos filhos, Giovani  de 16 anos, do João Antônio de 8 e do Miguel que tem 4, ela transmite a lição de ajudar a quem precisa.

“Todos precisam uns dos outros. A Santa Casa precisa dessas doações para ajudar a quem precisa. E isso é o que importa,: ajudar uns aos outros, sem interesses”. 

 

O feirante Marcos Cesar Borges não apenas doa, mas engrossa a voz que pede ajuda em prol da instituição. Para ele, mais pessoas poderiam colaborar, já que todos têm conhecimento da importância da Santa Casa para Igarapava.

“Eu acho que se todo mundo colaborasse um pouquinho muito mais poderia ser feito. A gente sabe como tudo é difícil, principalmente, na área da saúde. Por isso aproveito para pedir a ajuda de outras pessoas”.

 

Celeste Maria Gomes, de 52 anos, está há menos de um ano na feira e já é uma das doadora. A motivação é a mesma: agradecimento.

“Toda vez que a gente precisa, é a Santa Casa que a gente procura. Todo sábado procuro doar alguma coisa”.